domingo, 9 de novembro de 2014

Sancho Pança: O Fiel Escudeiro

Sancho Pança é o fiel escudeiro de Dom Quixote, que o assiste durante suas aventuras. Sancho, durante a história, tem um papel realista dentro do mundo de ficção de Dom Quixote, sabendo dos delírios do mesmo, mas não os questionando. Ele, diferentemente dos escudeiros dos típicos romances de cavalaria, não era um homem rico nem vinha de ordens religiosas ou conselhos. Era um homem materialista e relativamente ingênuo, e estava buscando sucesso, por meio de suas aventuras com Dom Quixote. Seu maior propósito era se tornar governador de uma ilha que lhe havia sido prometida. Ao longo da história Sancho tenta ajudar seu amo, inserindo realidade nas suas loucuras, mas acaba por ser fascinado por Dom Quixote e sua imaginação, sendo convencido de que é um verdadeiro escudeiro, e de que um dia será governador de uma ilha, o que fica evidenciado em vários momentos durante a narrativa quando Sancho diz "Quando eu for governador...". O papel do escudeiro foi, em muitos momentos, de livrar Dom Quixote de suas confusões enquanto o cavaleiro estava iludido por seus devaneios. Sancho carregava dinheiro, remédios, e fazia favores ao companheiro, tratando de tudo enquanto o fidalgo fazia suas loucuras.


AUTOR: PEDRO WEBER

Dom Quixote: Razão ou Loucura?


Desde sempre, Dom Quixote lia muitos romances de cavalaria, dando muito valor e importância aos seus livros, acabando por deixar de lado a vida cotidiana/real, sem se preocupar com sua casa e suas terras. Durante suas aventuras, ele delirava, vendo o que ele queria ver ao invés do que realmente estava ali, de fato a acontecer. Em sua mente, ele trocou moinhos por gigantes, ovelhas por um exército, uma estalagem por um castelo, etc. Ele sempre acreditava estar fazendo a coisa certa, e tinha esperança de que um dia suas aventuras fossem escritas por alguém, como os cavaleiros dos romances tinham as suas próprias aventuras escritas e publicadas.
O momento de lucidez aconteceu apenas no final, quando voltou de sua última aventura, adoeceu, talvez por causa da tristeza de sua derrota, e, à beira da morte, reconheceu sua loucura, pedindo perdão para Deus e para todos a quem havia causado prejuízos.

AUTOR: CLARA SCHMIDT

Como Dom Quixote se relaciona aos romances de cavalaria?


A história toda é basicamente uma paródia dos romances de cavalaria, sendo que o contexto da época em que foi lançado, os romances de cavalaria estavam em sua fase de decadência. Como uma forma de inovar, o escritor satiriza e "zomba" dessas histórias que eram protagonizadas por "heróis" e cria o personagem Dom Quixote, que vivia apenas de sua própria imaginação, de suas fantasias. Um personagem que de tanto ler os romances de cavalaria, convence-se de que tudo é real e decide também virar um cavaleiro, para também ser um herói como os dos livros. Sua vida toda passa a ser estruturada como se ele realmente fosse um cavaleiro e gira em volta dessa realidade imaginária criada por ele, nutrida durante todo o enredo. No final do livro, antes de sua morte, ele reconhece que foi louco e irracional, percebendo que a vida real não correspondia e também não podia ser adaptada a seus devaneios.

AUTOR: GEORGIA KRAUZER

Como o amor é representado pela personagem de Dulcineia?

A personagem Dulcineia é a mulher por quem Dom Quixote nutre um sentimento amoroso durante o enredo, além de ser a pessoa a quem dedica todas as suas "vitórias". Todos os outros a achavam muito feia, com exceção de Dom Quixote. Dulcineia, aos olhos de Dom Quixote, era linda e era como se fosse seu “objeto de devoção”. Isso pode, muito bem, representar o amor em si. Muitas vezes, quando amamos alguém, acabamos, involuntariamente, idealizando em nossas mentes a pessoa amada, sem nenhum defeito ou imperfeição, dessa forma, deixando-nos “cegos” em relação a realidade e à situação real em que a pessoa se encontra. Isso pode acontecer não só em relação a aparência física desse alguém, mas também em relação a sua personalidade e caráter. Muitas vezes, isso se torna um amor platônico, no qual amamos a pessoa sem realmente conhecê-la, e inclusive, às vezes as pessoas nem tentam sair dessa fase por medo de quebrar o “encanto” que têm por quem amam, por medo de se decepcionar ao verificar que suas expectativas não correspondem com a realidade.


AUTOR: LUÍSA BORTOLINI

Dom Quixote: O Cavaleiro Sem Razão



Dom Quixote é um clássico da literatura escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes. Trata-se de uma narrativa linear, ou seja, não ocorrem repetições nem retomadas.
Alonso Quixada, um fidalgo que vivia na região de Macha, na Espanha, era um apaixonado por histórias de cavalaria. Essa paixão, porém, acaba virando loucura, e ele passa a acreditar que realmente é um cavaleiro andante. Nomeou-se Dom Quixote de la Macha. Passa a vestir uma armadura improvisada, e como todo o cavaleiro, escolhe a camponesa Aldonça Lourenço para ser a dama para a qual dedicará seus futuros feitos. Em sua imaginação, ela era uma bela princesa e chamava-se Dulcineia del Toboso. Faz de seu magro e velho cavalo, o bravo Rocinante. E finalmente, sai em busca de aventuras.
No primeiro dia, Dom Quixote procura alguém para fazer seu ritual da cavalaria. O escolhido para isso foi o dono de uma pequena hospedaria, que aos olhos dele tratava-se de um poderoso cavaleiro, e a hospedaria era seu castelo.
O estalajadeiro alerta Dom Quixote o quão importante é ter um escudeiro que cuide do seu dinheiro e carregue seus remédios durante suas viagens. Saindo da estalagem, ele arruma sua primeira confusão com um grupo de mercadores, então, é levado de volta para sua casa por um conhecido seu. Durante esse tempo, Dom Quixote passa a ter longas conversas com seu vizinho, Sancho Pança. Prometeu-lhe uma ilha, na qual este seria seu governador. Mas para isso, Sancho deveria ser seu escudeiro e companheiro em suas aventuras.
A viagem, então, se sucede. Tomado por seus devaneios e visões, Dom Quixote se envolve em muitas situações, que para ele eram perigosas e gloriosas, mas que na verdade não passavam de mal-entendidos ridículos. Confunde moinhos de vento com gigantes, rebanhos de ovelhas com exércitos inimigos, um barbeiro com um cavaleiro de elmo, prisioneiros com escravos, e até mesmo luta contra barris de vinho. Todos esses enganos sempre acabavam com surras e pauladas, e sua desculpa era sempre culpar um misterioso feiticeiro. O fidalgo, então, passa a ser chamado de Cavaleiro da Triste Figura.
Preocupados com o estado de Dom Quixote, muitos de seus amigos passaram a bolar planos para que ele retorne para casa. A primeira tentativa dá certo, e ele acaba sendo enjaulado, e levado para a aldeia. Porém isso foi temporário. Não adiantava o que fizessem, o fidalgo estava sempre pensando em suas aventuras cavaleiras. O impulso final para que Dom Quixote voltasse à vida de cavaleiro foi quando o bacharel Sansão Carrasco conta para Sancho que existe um livro que narra a história do seu amigo. Decidido em saber mais sobre o tal livro e continuar suas aventuras, Dom Quixote parti mais uma vez. Mas antes, vai visitar sua amada Dulcineia.
Em Toboso, Sancho aponta três camponesas dizendo que uma delas era Dulcineia. Dom Quixote, intrigado por ver uma mulher feia, e não a mais formosa das damas, acredita que sua amada tenha sido enfeitiçada para ficar com tal aparência. Nesse meio tempo, Sansão Carrasco disfarçado de Cavaleiro dos Espelhos propõem um duelo à Dom Quixote. Outra tentativa sem sucesso para que ele voltasse para casa, já que Dom Quixote foi o vencedor.
Depois disso, uma duquesa que já ouvira falar das loucuras de Dom Quixote, oferece hospedagem para, na verdade, se divertir com as maluquices da dupla. Foram recebidos de maneira muito gentil e Sancho foi até mesmo nomeado para governar uma ilha. Porém, não aguentando tantos problemas e situações constrangedoras, Sancho renunciou ao cargo e continuou a viagem com seu companheiro.
Encontram novamente o bacharel vestido de Cavaleiro da Branca Lua, que desafia Dom Quixote. O perdedor teria que voltar ao seu povoado e ficar la por um ano, sem pensar nem tocar na sua espada. Dessa vez o plano deu certo. Dom Quixote perde a luta e volta para casa. Por fim, ele recupera a razão, renunciando à sua loucura e às histórias de cavalaria. Morre como Alonso Quixada, um simples cristão da região da Mancha.




AUTOR: EDUARDA PAIVA